No começo da noite desta segunda-feira (12/3), deve chegar ao rio Casca, no município de mesmo nome, a carga de polpa do mineroduto da Anglo American, que vazou nesta data às 7h40, em trecho rural de Santo Antônio do Grama. O rio Casca é afluente do rio Doce, já bastante afetado pelo vazamento de minério da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, em nov/2015.

A informação foi dada às 16h pelo coordenador da Defesa Civil gramense, Gilvan de Assis. Segundo ele, a mancha na água do ribeirão percorreu cerca de 4km e já estava passando pelo perímetro urbano.

Como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais/Copasa interrompeu a captação no ribeirão, a Anglo American já providenciava caminhões-pipa para abastecer a cidade. Não se apurou ainda a quantidade de polpa jogada no ribeirão Santo Antônio até a mineradora interromper o fluxo do mineroduto que liga a mina de Conceição do Mato Dentro/MG ao porto de São João da Barra/RJ .

O acidente, sem vítimas, ainda tem suas causas em estudo. Gilvan disse à nossa Reportagem que a mineradora calculou prazo máximo de 48 horas para reparar o tubulão. O serviço é acompanhado por equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente/Semad. Equipe da Polícia Militar de Meio Ambiente também esteve no local.  

A Direção da Anglo informou às autoridades que a ruptura do tubulão provocou  despressurização na linha-tronco, projetando polpa de minério para terreno próximo e de lá para o leito do ribeirão. O fato já foi notificado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis/Ibama, que emitiu a licença ambiental da obra.

Em nota, a Anglo American ainda informou que a polpa (70% de minério de ferro e 30% de água) vazada é classificada pela Norma 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas/ABNT, como sendo “resíduo não perigoso”. Ainda segundo o comunicado, o fluxo do mineroduto foi interrompido, e apenas a água está sendo escoada. Daí o esguicho esbranquiçado detectado em fotos feitas à tarde.