Dr. Henrique Ribeiro Mansur Barbosa - Otorrinolaringologista pela UFMG - CRM MG 58830
* Especialização em Rinoplastia Funcional e Estética pelo Hospital das Clínicas/UFMG
* Fellowship em Rinoplastia no Departamento de Plástica Facial do Marienhospital - Stuttgart/Alemanha
- Consultório - Av. Dr. Otávio Soares, 41/Sala 211 - Palmeiras/Ponte Nova - (31) 3817-2742
A obstrução nasal é uma afecção muito frequente na infância e, quando persistente, pode levar à mudança do padrão respiratório de nasal para oral. Apesar de a criança se adaptar facilmente ao novo padrão, essa mudança é considerada patológica.
Estudos nacionais sugerem que a respiração oral acomete entre 25% e 50% das crianças entre 5 e 10 anos de idade no Brasil. Entre as principais causas estão a rinite alérgica, aumento das tonsilas faríngeas (adenoide) e aumento das tonsilas palatinas (amígdalas). Mais raramente, desvio do septo nasal obstrutivo, más-formações e tumorações.
Os principais sintomas que podem ser observados pelos pais são o hábito de dormir de boca aberta, roncos, prurido nasal, babar durante a noite, sono agitado e com esforço para respirar, irritabilidade e dificuldade de atenção durante o dia. A respiração oral também merece avaliação em adultos, já que traz prejuízo na qualidade de vida e pode surgir como sintoma de patologias importantes. É, porém, mais preocupante em crianças, uma vez que, durante a fase de desenvolvimento, pode gerar danos irreversíveis a longo prazo. Dentre as principais consequências, podemos citar:
- Alterações da musculatura facial e do crescimento craniofacial, que trazem danos funcionais e estéticos.
- Distúrbios do sono, que podem ir desde um ronco benigno até à apneia obstrutiva do sono.
- Sintomas neurocognitivos, como irritabilidade, dificuldade de concentração e aprendizado, hiperatividade e isolamento social.
- Déficit de crescimento, relacionado à diminuição do hormônio do crescimento liberado durante o sono.
- Outros: infecções de repetição, problemas cardiovasculares, enurese noturna (urinar na cama durante o sono até uma idade avançada).
O tratamento da respiração oral pode envolver uso de medicamentos, intervenção ortodôntica, fonoterápica, fisioterápica e até cirurgia dependendo de cada caso e da fase em que se encontra.