POLÍCIA

Repressão pós-incêndios em ônibus: 4 presos transferidos de Ponte Nova

28/05/2022 13:30




Desde o fim da tarde dessa sexta-feira (27/5), quatro presos do Complexo Penitenciário de Ponte Nova/CPPN foram transferidos para um presídio de segurança máxima de Minas Gerais.

Segundo nota do delegado regional de Polícia Civil-PC, Carlos Roberto de Souza Silva, as investigações constataram o envolvimento deles - os nomes são mantidos em sigilo - nos incêndios em quatro ônibus em 13/5 (dois veículos na Viação Pássaro Verde - leia aqui) e em 21/5 (dois na São Jorge AutoBus - leia aqui).

A decisão da transferência coube ao juiz da Vara de Execuções Penais, Felipe Alexandre Vieira, concluindo etapa da mobilização perante dirigentes de órgãos de segurança, em função dos dois atentados e das ameaças de novos incêndios em cartas anônimas (manuscritas) relevadas por esta FOLHA (leia edição impressa de 27/5).

De acordo com o informe, os quatro passarão a cumprir parte de suas penas em regime disciplinar diferenciado. Não se informou o destino dos quatro, mas como este Jornal apurou, a única unidade prisional mineira com este regime disciplinar é a penitenciária localizada no município de Francisco Sá/norte do Estado.

“A investigação apontou que os presos determinaram a uma pessoa em liberdade que incendiasse os ônibus, como forma de intimidar os órgãos de Segurança Pública e o Judiciário para que o poder público tolerasse benesses não previstas em lei a este grupo de presos”, detalha a nota da PC.

No novo complexo penitenciário, continua o informe, os reclusos passarão a cumprir pena - por até dois anos - em celas individuais, não terão contato com outros presos, “receberão visitas reduzidas a uma por mês e não poderão receber visitantes menores de idade”.

Os punidos com a transferência não são de Ponte Nova, cometeram crimes noutras regiões do Estado e, há algum tempo, foram transferidos para o CPPN.

De acordo ainda com a nota da PC, eles ficarão privados das chamadas “visitas íntimas” e as salas para visitação contarão com barreiras físicas entre o detento e o visitante. “O banho de sol será restrito a uma hora diária, sem qualquer contato com outros presos, e as visitas de advogados ocorrerão com maior fiscalização”, explica o delegado regional.

Como esta FOLHA já informou, as ações para esclarecimento dos incêndios mobilizaram as Polícias Civil, Penal e Militar, o Judiciário e o Ministério Público.

“Buscou-se uma resposta imediata, rígida e à altura da gravidade dos fatos, com o objetivo de levar tranquilidade à população de Ponte Nova. À Polícia Civil, cabe permanecer nas investigações para identificar e prender os executores das ações criminosas”, conclui o delegado Carlos Roberto.







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