Tendo foco na “Ecologia Integral e o Cuidado com a Casa Comum”, aconteceu em 1°5, na comunidade de Botafogo/município de Ouro Preto, a 32ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Arquidiocese de Mariana. Na foto, A deputada federal mineira Célia Xakriabá/PSOL discursou ao lado do também deputado federal, o urucaniense Padre João/PT. À direita, Pedrinho Catarino/Ponte Nova, representante da Pastoral Afro-Brasileira.
Participaram comitivas de Ponte Nova e da região. A pontenovense Dilma Ferraz, integrante da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese e da Escola de Fé e Política Dom Luciano Mendes de Almeida, divulgou para esta FOLHA a presença de delegações de movimentos/organizações populares: sindicatos, quilombolas, indígenas, trabalhadores sem terra, atingidos por barragens, escolas agrícolas e diversas pastorais.
Com organização confiada à Dimensão Sociopolítica da Evangelização, o evento teve como tema “Terra e água, dom de Deus, direito humano, fonte de justiça e vida”. Constou no texto arquidiocesano: “A temática teve a meta de ‘ser um grito profético de denúncia sobre os impactos da mineração ali e noutras áreas da Região Pastoral Mariana Norte.”
Disse na véspera o padre Marcelo Moreira Santiago, assessor arquidiocesano da Dimensão Sociopolítica da Evangelização: “É uma área com busca desenfreada de mineração. Estamos atentos contra isso.”
Já o deputado estadual Leleco Pimentel/PT destacou “as consequências ambientais, econômicas e sociais do modelo brasileiro de mineração”.
Mais discursos
“Precisamos unir forças para nos contrapor a um sistema econômico lucrativo, sem o cuidado com a vida”, declarou a deputada federal mineira Célia Xakriabá/PSOL.
Ao seu lado, o urucaniense Padre João, deputado federal/PT, denunciou a “exploração predatória, que tira da terra os bens naturais, atendendo política de venda para o mercado externo e tendo pouca serventia para as comunidades locais”.
História da Romaria
A 32ª Romaria ainda mantém foco no tema que a originou: direitos, segurança e dignidade do trabalhador/trabalhadora. Realizada desde 1991 em Urucânia (durante 15 anos), a manifestação surgiu a partir da Campanha da Fraternidade daquele ano, que teve como tema “A Fraternidade e o Mundo do Trabalho”.