Nesta terça-feira (7/3), completam-se oito anos do assassinato de Gabriel de Oliveira Maciel, 17 anos, ocorrido após festa de calourada em localidade rural de Viçosa.
Nesta semana, a sua avó Regina Coeli Oliveira Maciel enviou texto a esta FOLHA, endereçado ao neto, com alguns desabafos:
- "Estamos sofrendo com a saudade, com a sua falta. Ao ceifarem a sua vida, também tiraram a nossa (...) ... Estamos aguardando a justiça de Deus e a dos homens."
O processo tramita em sigilo na Justiça Criminal com quatro réus. Como nossa reportagem apurou, no despacho de 24/2/2023, o Juízo de Viçosa intimou, para as suas alegações finais, os advogados de dois deles. Advogados de outros dois receberam a intimação a partir de 19/1.
Ano após ano, Regina se manifesta protestando contra a demora da decisão judicial. No ano passado ela escreveu:
- "Gabriel foi brutalmente assassinado por 6 pessoas, algumas provindas de Ponte Nova. O crime até hoje está sem conclusão. Ele foi para lá apenas para entregar a aliança de compromisso para a namorada."
Nesta semana, Regina, que é professora e ex-conselheira tutelar de Ponte Nova, enviou o seguinte texto para este Jornal:
"Bom dia, meu anjo, espero que você esteja bem! Nós - eu e sua mãe - estamos sofrendo com a saudade e com a sua falta. Ao ceifarem a sua vida, também tiraram a nossa. Lembro bem de sua ingenuidade.
Certa vez, eu contava meu dinheiro e havia muitas notas de cem. Você me falou:
- 'Vovó, você é rica!'
Eu lhe falei: - É para pagar as contas.
Então, você me disse: - 'Eu queria ter uma nota de cem.'
Daí, eu lhe ofereci e ia descontar semanalmente.
Gabriel, você apanhou a nota e me devolveu dizendo:
- 'Não quero, senão vou comprar outro boné.'
Meu amado neto, estamos aguardando a justiça de Deus e a dos homens. Um beijo, nos encontraremos um dia. Saudades eternas!"