GENTE & NEGÓCIOS

Lista da revista Forbes inclui Denísio entre os dez melhores CEOs do Brasil

30/09/2024 09:00




 A Lista da Forbes Melhores CEOs do Brasil foi divulgada em 26/9, na edição nº 123 da Revista, com seleção de líderes que têm conduzido suas empresas de forma diferenciada, sejam eles donos do negócio ou executivos ou executivas de carreira. Presidente do BB Asset Management e membro do Conselho Princípios para o Investimento Responsável da ONU, o pontenovense Denísio Liberato está nesta relação.

A informação repercutiu em Ponte Nova, principalmente porque em 21/9 a Acip/CDL coordenou homenagem especial para Denísio na Festa do Mérito Empresarial (leia aqui).

 A lista reflete a importância da diversidade e os estilos de gestão e diferentes trajetórias acadêmicas, profissionais e pessoais de cada um dos perfilados, todos com histórias e ensinamentos inspiradores, inclusive aqueles originados dos erros na trajetória.

"Os homenageados desta edição souberam adaptar-se ao mercado, que - entre outras muitas qualidades - hoje exige o constante aperfeiçoamento de nossas qualidades pessoais e profissionais, de nossas habilidades técnicas e comportamentais", diz o informe da Revista Forbes.

Primeiro negro a se tornar presidente da gigante BB Asset, Liberato fala sobre a resiliência para enfrentar diferentes casos de discriminação racial pelo caminho, ao ser entrevistado em abril deste ano pelo portal Reset/UOL.

Ele ao resumiu sua trajetória: "Sou de família humilde de Ponte Nova/MG. Filho de pai servente de pedreiro e mãe dona de casa, fui estudar na Universidade Federal de Viçosa e, no meio da graduação, passei no concurso para o Banco do Brasil. Comecei como escriturário. Foi assim que começou minha carreira no banco. Houve muita discriminação, obviamente, nesta trajetória."

Na foto de 21/9 (feita por Igor Brasileiro), Denísio e a irmã salesiana Stella Matutina, que o ajudou na obtenção de bolsa de estudo no 3º ano do 2º grau (Ensino Médio) na Escola Nossa Senhora Auxiliadora/Ensa, em Ponte Nova.

Denísio conta que, quando fez mestrado na Fundação Getúlio Vargas em 2004, em São Paulo, deparou com "ambiente elitista em que ele era o único negro da turma. Os outros negros da FGV eram, de fato, da limpeza e da segurança. Também era assim na alta hierarquia do BB".

 Ressaltando que desde cedo aprendeu a ter resiliência para seguir apesar dos diversos casos de racismo, Denísio vê o simbolismo de estar à frente da BB Asset, líder em uma indústria predominantemente masculina e branca. Sublinha ele: "Acredito que estar aqui passa a mensagem aos meus semelhantes de que, com muito estudo, dedicação e um tanto de sorte, que é também necessária, as coisas acabam acontecendo." 

Liberato conclui: "Falo da questão racial por ser um vetor de crescimento. O Brasil cresce pouco, é um país pobre com a renda per capita baixa. E é assim há muito tempo, por conta da desigualdade de oportunidades. A resposta mais direta é investir na educação, só que o impacto será sentido daqui a 50 anos. Se você der espaço e oportunidade para os negros também no mercado de trabalho, o impacto será muito mais rápido." 







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