A Lista da Forbes Melhores CEOs do Brasil foi divulgada em 26/9, na edição nº 123 da Revista, com seleção de líderes que têm conduzido suas empresas de forma diferenciada, sejam eles donos do negócio ou executivos ou executivas de carreira.

Presidente do BB Asset Management e membro do Conselho Princípios para o Investimento Responsável da ONU, o pontenovense Denísio Liberato está nesta relação.

Esta FOLHA registrou em seu site, em 30/9, o destaque de Denísio (leia aqui) e, na semana passada, a mãe dele, Adair Liberatto, enviou para a nossa Reportagem o depoimento colhido pela Forbes, num texto editado por Décio Galina e José Vicente Bernardo, tendo fotos de Victor Affaro e Zô Guimarães. Está é a abertura da Forbes:

- "Priorizar a educação, a diversidade e o propósito. Colocar as pessoas - colaboradores e clientes - no centro. Saber ouvir. Aprender com os erros. Saber a hora de avançar e a hora de recuar. Esses foram os principais insights que fizeram os 10 CEOs homenageados nesta edição levar suas carreiras e suas empresas aos patamares mais altos do mercado".

Denísio Liberato recebeu, em 21/9, em Ponte Nova, homenagem especial na festa do Mérito Empresarial 2024 (leia aqui). A seguir, o depoimento dele na Revista Forbes:

"A BB Asset, empresa de gestão de recursos do Banco do Brasil, é uma gigante que administra R$ 1,7 trilhão em fundos, ou 18,7% do total da indústria, sendo a maior do mercado, cuida do dinheiro de cerca de 2 milhões de pessoas.

Se essa multidão morasse na mesma cidade seria o 8º município brasileiro em população, à frente de Curitiba, Recife e Porto Alegre. O tamanho e a liderança não deixam confortável o CEO Denísio Liberato:

- 'Temos quase 20% de participação de mercado e precisamos nos reinventar sempre'.

Aos 44 anos, graduado, mestre e doutor em Economia, funcionário de carreira do Banco do Brasil, Liberato é o primeiro CEO da BB Asset, de origem africana. Sua trajetória é prova do poder da educação na mobilidade social.

Nascido em Ponte Nova/MG, filho de um pedreiro e de uma dona de casa, conseguiu se inscrever no concurso do BB em 1999, porque sua tia tomou o dinheiro para a inscrição emprestado com um vizinho.

Aprovado, começou a trabalhar como 'amarelinho' na agência da cidade mineira de Ubá. 'Eu vestia um colete amarelo e ajudava os clientes a operar os caixas automáticos', diz Liberato.

O salto na carreira veio por meio dos estudos. Ao ingressar no banco, já cursava o 3° ano de Economia na Universidade Federal de Viçosa: 'Meu orientador não apoiou minha decisão, ele disse que eu iria jogar meu conhecimento fora para ser caixa de banco.'

No entanto, a necessidade do salário falou mais alto. Mesmo assim, Liberato não desistiu de uma carreira acadêmica: 'Descobri que o BB financiava programas de mestrado e de doutorado desde que os temas de pesquisa fossem úteis à instituição', diz ele, para continuar: 'A educação abre portas, e eu sou um exemplo disso.'

Com o avanço acadêmico, veio a progressão na carreira. Liberato passou por várias áreas no BB e foi servidor do Ministério da Fazenda entre 2013 e 2016, onde foi secretário-adjunto de Política Econômica.

Retornou ao Banco, passou pela Diretoria de Governança e foi diretor da Previ - Fundo de Pensão do BB. Sua indicação para o cargo atual ocorreu no início de 2023.

À frente da Asset, o executivo buscou diversificar o negócio por meio de parcerias. A mais recente foi uma associação com a administradora de shopping centers Iguatemi.

'Estruturamos um fundo para adquirir participações em shoppings que nos permitirá atuar como consolidadores do setor', afirma.

Outras iniciativas estão no pipeline [mapa das etapas que compõem o processo de vendas de uma empresa]. 'A BB Asset é um hub de liquidez para diversos setores, como a economia verde, e vamos crescer nessa área aproveitando o conhecimento do BB, considerado o banco mais verde do mundo'. "