Nessa quarta-feira (6/11), a Escola Família Agrícola Paulo Freire/Acaiaca juntou-se ao Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB e à Cáritas Regional/Arquidiocese de Mariana para, às margens de trecho acaiaquense da MG-262, entregar aos motoristas estoque de mudas nativas identificadas com os nomes das pessoas que morreram vítimas do rompimento das barragens de Fundão (nov/2015) e de Brumadinho (jan/2019).
A mobilização teve como motivo imediato a data de 5/11, que marcou os 9 anos da tragédia de Fundão. Justamente nessa data, no Centro marianense e na comunidade atingida de Bento Rodrigues, o MAB e seus parceiros promoveram manifestações com o lema “Lutar e organizar para os direitos conquistar”.
Relembraram-se os danos causados pelo desastre que devastou a Bacia do Rio Doce, ao longo de 684km, atingindo mais de 2,5 milhões de pessoas e contaminando até os litorais capixaba e baiano.
O rompimento da barragem pertencente à Samarco e suas associadas (Vale e BHP) é considerado o maior crime socioambiental da história do Brasil e a atitude dos atingidos visa pressionar em relação a pontos considerados contraditórios no acordo de repactuação e mitigação dos danos, recentemente assinado em Brasília.
A propósito, a Samarco emitiu nota nesta semana “lamentando profundamente” o rompimento da barragem. A empresa reafirma seu “compromisso com a reparação e compensação dos danos causados às pessoas, comunidades e ao meio ambiente” e se prontifica a cumprir o mencionado acordo.
Já o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce/CBH Doce divulgou o seguinte informe: “Ao longo desses noves anos, o nosso colegiado foi praticamente ignorado em todas as discussões do processo de repactuação de Mariana, que, por fim, foi agora assinado.”
Conclui o informe: “Seguiremos acompanhando os próximos passos da implementação do acordo de Mariana e a reparação dos danos, garantindo que os interesses da Bacia do Rio Doce sejam devidamente representados e as ações sejam alinhadas com os princípios de preservação e recuperação da bacia.”