Em meio à consternação nacional decorrente da tragédia gaúcha, a solidariedade destaca-se também em Ponte Nova, onde ganha espaço o debate sobre a temática preservacionista.
Oportunamente, recorremos à publicação feita nesta semana pelo ambientalista e escritor Alfredo Padovani (presidente da Apae/PN e ex-repórter desta FOLHA), num artigo contendo reflexões em defesa de comitê local de mudanças climáticas e ecoeficiência.
O texto relembra o empenho em 1978 para se instituir unidade de conservação ambiental na cidade, como uma das bandeiras da Associação Pontenovense dos Amigos da Natureza/APAN. “Jovens plantaram árvores em logradouros públicos e falaram nas escolas sobre a importância de se cuidar do lixo e do esgoto. Mas pouca gente levou o assunto a sério”, assinala Padovani para continuar:
“Escrevemos e falamos em diversas oportunidades da importância de não só implantar uma área verde no entorno do perímetro urbano, mas preservá-la e conservá-la, visando principalmente à proteção da flora, da fauna e do microclima regional. Refiro-me ao Parque Florestal do Passa-Cinco, que infelizmente após todos esses anos (45 anos) não se tornou verdadeiramente uma unidade de conservação e de lazer.”
O articulista clama por “determinação, vontade política e empenho” para evitar situação pior a cada ano: “A ação desordenada sobre as coberturas vegetais, cursos d’água, a emissão de gases poluentes e a falta de reciclagem de muitos materiais, dentre outras, provocam impactos desastrosos.”
Continua Padovani: “Avanços na legislação ambiental foram flexibilizados em nome do desenvolvimento, a exemplo do próprio Rio Grande do Sul, onde desde 2019 modificaram-se muitas leis para facilitar o surgimento de empreendimentos nada seguros e ambientalmente incorretos. Isso, com certeza, abre espaço para acelerar alterações no clima.”
Continua o ambientalista com uma pergunta que também é nossa:
“Por que as administrações públicas têm dificuldade de criar mecanismos que visem estabelecer modelo sustentável de proteção da natureza?”