A sequência de acidentes urbanos e em estradas do entorno de Ponte Nova desafia nossos gestores do tráfego em função de diversas constatações.

Algumas delas são relacionadas em nossa reportagem (leia aqui), com registro de encontro de representantes das forças de segurança na sede do Departamento Municipal de Trânsito/Demutran.

Relacionamos a seguir seis conceitos (expostos na literatura do segmento) de responsabilidade compartilhada, que bem dimensionam o cenário:

1 - O planejamento do uso do solo contribui com a segurança viária, diminuindo a intensidade do trânsito, a quantidade de deslocamentos e consequentemente os riscos.

2 - O planejamento urbano deve minimizar as distâncias das viagens, impulsionar o uso do transporte coletivo e garantir que as vias de alta velocidade não passem por áreas residenciais ou de uso misto, além de aprimorar os grandes corredores de transporte público e a conectividade com as demais vias.

3 - Deve-se adequar a velocidade dos veículos - especialmente as motos - ao tipo de uso em determinada rua ou avenida.

4 - Deve-se exigir, entre outras coisas, que os condutores obedeçam ao limite de velocidade, cedam espaço a pedestres e ciclistas, usem cinto de segurança, não dirijam alcoolizados e, no caso dos veículos de 4 rodas, mantenham cadeirinhas adequadas para as crianças.

5 - Devem-se treinar técnicos - como urbanistas, engenheiros, profissionais de saúde e policiais - sobre princípios e áreas de ação da abordagem do sistema seguro, contribuindo assim para o seu bom funcionamento e desenvolvimento.

6 - Ter condutores seguros, competentes e bem treinados nas ruas também faz parte da cena. Logo, cursos e programas de treinamento de novos motoristas e motociclistas devem ser minuciosos e bem supervisionados.

Dedicamos este espaço ao tema porque, de forma banal, acidentes - com feridos e mortos - são encarados como inevitáveis, como se fossem um preço a se pagar pela mobilidade. Como salientamos acima, não deveria, contudo, ser assim.